segunda-feira, julho 19, 2004

Vamos ver se consigo resumir o domingo inusitado.
Estava indo pro Shopping Aldeota. Parada da 13 de maio. Parangaba/Náutico. Subo, apesar de sempre preferir ir no Circular. Lotado, possivelmente a galera que vai pra praia do Náutico. Na parte de trás, antes de passar da roleta, algumas garotas; na parte da frente a outra parte do grupo, todos cantando músicas de uma torcida organizada. Um barulho infernal, mas estavam só se divertindo. Sento na frente, perto do motorista, que não parece estar muito confortável com a gritaria. Que acaba por se transformar numa balbúrdia dos infernos, com todos os palavrões oficiais registrados sendo proferidos no mais alto volume. O motorista levanta e vai em direção à traseira do ônibus. Vai dar merda, disse a madre superiora sentada ao meu lado. Fiz que sim com a cabeça e só escutei, sem olhar pra trás.
- (ler com voz de trovão) Isso aqui é um transporte coletivo, não é a casa de vocês, não. Se quiserem andar aqui vão ter que se comportar.
- (todos, ao mesmo tempo, em tom de deboche e ameaça) E o que é que tu vai fazer, má? Tu é doido, é, má?
- Eu levo vocês pra Delegacia, e é agora. E vou logo dizendo quem é que vai preso: você, você, você, você e as garotas aí atrás.
- Por vem, má! Tu num é doido não, má!
- Ah, não? Pessoal, dá licença só um instante.
Saiu da rota e foi em direção à delegacia mais próxima, perguntando a todos que via na rua a localização exata do 4º distrito. Eu nunca vi uma torcida tão calada em toda a minha vida. É organizada mesmo.
 
M.

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