terça-feira, março 30, 2004

Abriu a porta, pôs a mão para fora, e constatou o que não parecia ser verdade. Era chuva, como de quando em quando acontecia. Mas não uma chuva normal, daquelas que tiram a gente da rua e nos leva pra casa, de dia, e nos tira de casa e leva pra rua, de noite. Chovia pedra, gelo, pedrinhas de gelo, granizo, essa era a palavra que costumava ouvir mas que nunca sentira na pele.
Sim, era estranho, num lugar tão quente, em que água gelada era quase um milagre, de repente gelo cair do céu. Assim, como não quer nada, sem aviso, sem festa.
Pensou em sair. Era noite. Mas preferiu ficar dentro de casa, a procurar goteiras, para ver com seus próprios olhos, e dentro do seu lar, que as pedrinhas geladas não eram fruto de sua imaginação.
O barulho no telhado não cessava. Parecia uma inédita canção de ninar, como nunca ouvira antes. Adormeceu.

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